Têm sido só erros individuais a fazer a diferença neste FC Porto? Ou há coisas que a equipa não está a conseguir assimilar?
“Se olharmos para o início da época, em que jogávamos muito com o Namaso, estávamos mais protegidos sem bola. Agora temos o Samu, pede para ser alimentado de outra forma. O Gül também não tem o mesmo perfil do Namaso. Sei disso tudo. As pessoas estão fartas de ouvir falar de dores de crescimento. Uma equipa que tem muitos elementos novos obriga a muitos procedimentos que não nos deixam ignorar determinados momentos do jogo. Se olharmos para os dois últimos jogos, os adversários criaram muito pouco contra nós. Em Moreira de Cónegos há um golo em que a equipa está bem posicionada, depois um golo de penálti quase caído do céu. Agora na Bélgica também há erros individuais da nossa parte. Estamos a falar de dois jogos. Claro que isso me permite perceber que os jogadores querem fazer as coisas bem feitas. Se vamos ser implacáveis naquilo que é o erro e condenar? Não, sou muito otimista e gosto de perceber o que a equipa me vai dando. Os sinais que tenho recebido têm sido muito bons. Não é de um dia para o outro, é algo que requer tempo e o tempo aqui não existe. Amanhã teremos de olhar para o jogo percebendo os perigos que o adversário oferece, querendo ir muito para aquilo que é nosso. Com cuidado nas transições e bola parada. A organização defensiva não me preocupa assim tanto, sinto a equipa capaz”.
Acredita que Casa Pia pode aparecer com linha de seis atrás?
“A estratégia está alinhada para cinco, mas podemos ajustar para os seis. A nossa missão é antecipar o que podemos encontrar amanhã. Estou convicto que vêm numa linha de cinco, porque sentem que podem causar dano. Mas se for a seis, pode pedir nuances diferentes. Falámos com os jogadores sobre isso e eles estão conscientes de que maneira têm de atuar perante esse cenário”.
Sporting perdeu ontem e o FC Porto está dependente de si para chegar ao título. É responsabilidade acrescida?
“É melhor fazer outra pergunta, não vou falar em relação ao Sporting… Isso é olhar para dentro. Sabemos que temos um caminho a percorrer e temos de reverter este momento mais recente”.
Insatisfação de Iván Jaime… Já falou consigo? Por que razão deixou de contar?
“Está na lista de convocados para amanhã”.
Amanhã não vai contar com o Alan Varela. Que alternativas é que poderá ter? O plantel não é tão vasto no meio-campo… ‘Desaparecimento’ de Vasco Sousa…
“O Vasco está na convocatória, Fábio Vieira também, Rodrigo Mora também. Há vários jogadores que podem fazer a posição. Depois é olhar para o lado estratégico do jogo, como podemos condicionar o adversário. Se vamos funcionar num meio-campo a três, ou se com o Fábio ou o Mora pede um perfil diferente… Não posso abrir muito o jogo. O Vasco é uma solução, o Fábio também, Namaso idem. Temos várias alternativas. Claro que o perfil do jogo vai ser diferente em função de quem jogar naquele espaço. Depois se é com um pivô defensivo, com dois, para limitar o jogo do Casa Pia, vamos ter de tentar castrar muito desses alimentadores de jogo nessa fase. O resto, terá de ser amanhã”.
Pepê vinha bastante abalado de Bruxelas. Vê nisto uma fragilidade anímica da equipa? Ou um sinal de compromisso?
“Não tem a ver com fragilidade, tem a ver se calhar com o momento individual do jogador. Sempre foi muito particular nesse âmbito. O Pepê reconhece que tem de dar passos em frente quando erra. Toda a gente está sujeita a isso, importante é a forma como reagimos. Se soubermos lidar com isso, poderá gerar sucesso no futuro. O Pepê sabe que é muito importante para a equipa, e isso é reflexo do que ele é individualmente. À saída de Moreira de Cónegos, foi um sentimento de querer muito mas não estarmos a conseguir. Os sinais que me dão em treino são um pilar fortíssimo, têm estado realmente com uma energia fortíssima, e é nisso que tenho de agarrar. Se sentisse o contrário também o diria, mas sinto a equipa muito comprometida neste momento muito importante do campeonato e noutras competições. Quero a equipa muito vinculada com aquilo que é o pensamento da vitória e muito agarrada aos adeptos. Que eles também abracem a equipa. São ciclos que as equipas passam. Tocou-nos agora. Há várias equipas na Europa que já passaram por este momento. Agora vamos iniciar um novo ciclo com muita energia”.
Qual a importância dos adeptos no jogo de amanhã, contra um adversário que só perdeu 1 jogo nos últimos 10…
“Os adeptos são sempre importantes. Queremos sentir o carinho e o conforto que podem dar à equipa. Que entrem num sentimento de plena comunhão com os jogadores, comprometidos do início ao fim. São exigentes mas muito importantes. Temos sentido esse apoio e é importante no regresso a casa depois de um ciclo menos positivo. Casa Pia? Apenas uma derrota nos últimos 10 jogos – e em Alvalade. Não me parece que vá fugir muito ao sistema. Tem sido sempre com uma estrutura de cinco, bem organizada, que sofre poucos golos, uma equipa forte na transição. Temos de levar o jogo para onde queremos e andar de mãos dadas, abraçados com um estádio em efervescência, para depois somarmos mais três pontos”.
Conferência marcada para as 13 horas
O FC Porto recebe segunda-feira (20h45) o Casa Pia, encontro que encerra a 12.ª jornada da Liga Betclic. Vítor Bruno faz a antevisão da partida a partir das 13 horas.